PENSAMENTOS DO DIA A DIA
16/08/2012
Pedrógão. Um bocadinho menos calor
do que o costume para esta altura do verão. Está-se bem, sossegado, sem muito
que fazer, com a Rufina a arrumar a cozinha e por agora sem cá vir para falar
comigo, o que é muito bom porque me deixa pensar... Recordar… as filhas … os
filhos… os netos … os lugares por onde andam...
A
Amazónia, a Ana e o Gonçalo, a casa, os
portões pintados de novo, que estarão eles a fazer agora? …
A
Corsega, o barco e o mar… o Sebastião e o Francisco a fazerem navegar o barco,
a S.José a fazer o jantar e a Assunção, a ler, a tomar banho… eu sei lá…
A
Ilha da Madeira… a Inês cheia do espírito de interajuda, a tentar ajudar os
outros e ajudar-se a si própria com uma experiência fora do vulgar…
O
Algarve… a Isabel o Miguel e os três pequenos a brincarem na praia, “carregando
as pilhas” para um ano que se avizinha cheio de trabalho e canseiras.
E
Lisboa… Aí é que estão mais e em trabalhos variados. A Filipa, que se desdobra
a preparar a viagem (vai amanhã para Bruxelas), a suavizar o calvário da sogra,
tão doente e abandonada, e ainda as pequenitas, a “Pitchung” e o António a
ajudar, outro que tem o sentido dos outros…
A
Leonor, com quem falei à bocadinho, que está em férias mas sem férias, com o
trabalho da casa que não há maneira de acabar, quem me dera que viesse cá uns
dias…
O
Vasco, já está a vir para casa no fim do trabalho, e aí vai ele para o
computador, coisas que eu não percebo, mas que são o dia a dia dele…
A
Margarida a trabalhar no duro, numa colónia de férias, ganhando dinheiro para
se bastar e ela própria… e assim vai crescendo…
E
eu? A pensar nos filhos, a passar o meu tempo com eles…
É
uma bênção ter filhos…
É a
maior riqueza do mundo!
17-08-2012
Ontem
fomos jantar a casa do Mário. Jantar agradável, a mão da Branca que se via bem,
toalha cor de rosa e um centro de mesa muito simples de rosas cor de rosa a
condizer, cada uma em seu receptáculo formando uma fileira no centro de mesa.
Estava o Mário, os 4 da família da Branca, nós os dois e a Nina.
Depois
de jantar fomos para a varanda. Estava agradável e falou-se da nova vida da
Maria. Que transformação! A Maria irradiava alegria e confiança e o Pai
revia-se na filha e falava dos sucessos dela. A Branca mostrou-nos o filme que
tinha no telemóvel sobre a prestação da Maria na Embaixada de França. Que bela
voz! Tão segura, um timbre lindíssimo, parecia que já cantava há muito tempo.
Fiquei
feliz! A Maria encontrou o seu caminho. Quando a gente se encontra, está segura
de si mesma, sabe que venceu, tudo se torna mais suave, tudo são vitórias.
A Maria está confiante, tenho a certeza
que encontrou o seu caminho.
Descrevo
este triunfo porque gosto de alertar as pessoas para o que é bom na vida de
cada um. Se uma pessoa vencer… uma vez, e outra e outra … é feliz na vida. Se uma
pessoa perder, for de derrota em derrota é um derrotado na vida.
Quem
dera passar o testemunho aos outros, se todos acreditassem, s todos fossem
confiantes … Que bom que era!
23/ 08/ 2012
Faz hoje anos a minha querida neta
Margarida.
Temos uma surpresa para ela, nem
sonha e vai gostar tanto!
Eu estou feliz porque gosto de fazer
felizes as minhas netas.
A Leonor e a família foram passar o
dia à piscina de Monfortinho. … Nós, eu,
o Pai e Tia Nina fomos a Castelo Branco e voltámos às 4 horas. Entretanto vinha, de Lisboa a
caminho do Pedrógão, a surpresa: o Vasco, a Inês, a Maria, o Duarte e a Marta
(amiga da Margarida).
Chegaram antes da Margarida. Já
tinham tudo combinado escondiam-se quando a Margarida chegasse e … primeiro
aparecia o Vasco dizendo que tinha vindo para festejar o aniversário. A
Margarida ficou contente mas já estava a espera. Uns minutos depois ouve-se uma
voz vinda da cozinha “Margarida, anda me
ajudar a pôr a mesa” Era a Inês e foi uma festa, abraços e mais abraços,
choradeira … enfim, uma alegria. Mais uns minutos e depois foi a Maria que
estava na sala: “Margarida como é que se liga a televisão?” Outra vez abraços e
abraços e uma choradeira! Por fim, batem à porta, a Margarida diz de cá: “Quem
é?”e a Marta: “é a Avó da Paula” (piada duma música que é habitual dizerem nos grupos).
Outra vez abraços e mais abraços e uma choradeira, e lá de cima do varandim o
Duarte a filmar.
Para a Margarida foi um bom dia de
anos que nunca mais esquece.
E que bom foi para mim
vê-las assim felizes.
Jantámos. E vieram para o café o Tio
Mário, o Mário e a família da Sofia.
E agora enquanto estão lá fora as
quatro a jogar as cartas, eu estou aqui a fazer este relato, para que fique
como memória.
E a felicidade faz-se assim… de
pequenas coisas que nos tocam e da grande amizade que nos une a todas.
02/09/2011
Pronto! Foi-se embora ontem a Tia
Nina, e nós, eu e o Luís Nuno, já estamos a fazer das nossas!
Fomos a Monsanto, eu fiquei no carro
a ler a “ Marquesa de Alorna” e o Luís Nuno foi lá acima. Tive medo de subira
ribanceira; ficámos os dois bem, eu a ler e o Luís Nuno a ver as nossas coisas.
Quando chegou eram horas de almoço,
hesitámos em ficar num restaurante em Monsanto mas eram tantos os carros e
tanta a gente, que fomos andando à deriva a “cheirar” sem saber onde íamos
parar – sem lampreias à Juju e leitão à Moda da Bairrada. Na Relva fomos
atraídos pelos “Festejos em honra de S. Sebastião”. Grandes barracas de um
branco sujo e mascarradas de nódoas de ainda um branco mais sujo com laivos de
cor. Havia alto-falantes que berravam umas coisas e música Pimba. Lá arranjámos
um sítio bem pertinho para deixarmos o carro e atraídos pelo fumo da churrascada
lá fomos dar, primeiro a um barraca-bilheteira onde se fazia o pré-pagamento: 2
caldos-verdes, um frango, um pacote de batatas fritas, pão, uma imperial e uma
garrafa de água, 2 talhadas de melão e dois cafés. Depois para a tal barraca,
muito grande com oito filas de mesas muito compridas de bancos corridos de um e
outro lado e decoradas com “belos arranjos de mesa”, garrafas de água das
Pedras com uma flor amarelas, 3 roxas e um “espinafre” de verdura. Não
demoraram a servir-nos, vinha tudo quentinho e bom. Senhoras e rapazes da terra
faziam o serviço esforçando-se numa iniciativa do povo para o povo. Os
comensais eram variados,para além das moscas, que não pagavam nada, sem nos maçarem demasiado que já estavam bem
aviadas, damas velhotas de chapéu á Rufina e senhores de ventre proeminente com
boné, damas vistosas de vestidos coloridos e ramalhudos e os respectivos
maridos em mangas de camisa e muitas crianças das mais variadas idades. Eu, que
só costumo comer frango de garfo e faca, até comi á mão e soube-me bem!
Dei comigo a pensar no restaurante
onde estivemos há tempos com a Leninha: “Varanda do Jardim Botânico”. Tudo tão
bom, sofisticado, peixe fresquíssimo disposto da melhor maneira nos pratos,
vinho do melhor, sobremesas variadas e com requintes de variados sabores.
Era tão bom. Soube-nos tão bem!
Mas também este, o arraial dos
festejos de S. Sebastião, castiço, com caldo verde em tigelas, frango de churrasco
e vinho servido em canjirões de barro, nos soube tão bem!
Afortunados
nós que nos sentimos bem em toda a
parte!
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