sábado, 5 de fevereiro de 2011

Amigos... Amigos... e mais Amigos

Gosto de ter Amigos. Os Amigos enriquecem-me. Dão-me muito. Não falo em riquezas materiais, presentes ou dinheiro, mas em alegrias, tristezas às vezes também, apoio, fazem-me rir, dispõem-me bem, dão-me oportunidades de me sentir útil e também me dão saudades quando estão longe.
Para mim um Amigo assemelha-se a uma árvore especial que eu ajudo a crescer, que rego nos dias de estio, que estende os seus ramos para me acolher nas tempestades, que se transforma em bordão quando preciso de ajuda, que me entende e eu entendo mesmo sem palavras, nem barulhos, nem falsidades, nem jogos de influências, nem segundas intenções.
Sempre gostei de ter Amigos, desde a escola primária: havia os que iam lá para casa brincar comigo, a amiga com quem ia sempre para a escola e que era bem mais ajuizada que eu e me dizia: não meta os pés na água Sãozinha… e eu metia sempre… e espalhava a água… e ficava cheia de lama… e era divertido!
E as amigas do colégio! Fazíamos tantas brincadeiras, chorávamos e ríamos juntas. O colégio, o Ramalhão, os fins de semana, as festas, os teatros, os carnavais…
E depois no Liceu, as grandes conversas com as amigas, a Acção Católica, as reuniões, o sentido dos outros e as nossas preocupações com o caminho que começávamos a percorrer.
Na Universidade, os colegas amigos com quem estudava… trocávamos impressões, resolvíamos problemas, ajudávamo-nos. Não me lembro de haver competição, ficávamos contentes com os bons resultados uns dos outros.
E a Vida continuou… e mais amigos vieram.
A diversidade na Vida e a diversidade nos Amigos. Amigos portugueses, amigos estrangeiros, amigos brancos, amigos pretos, amigos amarelos, amigos ricos, amigos pobres, amigos cultos, amigos cheios de sabedoria mas sem o conhecimento dos livros, amigos adultos, amigos jovens, amigos crianças…
Passam na minha frente como um filme todos estes amigos, mesmo os que já se foram… E dentro da minha cabeça tenho guardados todos os ensinamentos e todos os testemunhos que me deram. Estão lá bem escondidos, bem no fundo, mas agora que o tempo é todo meu vêm mais vezes à superfície, quando é oportuno e quando não é, e até em sonhos.
Estou a lembrar-me de duas amigas que estão muito longe, no tempo e no espaço mas que para mim continuam presentes e actuais.
A Takawishi, japonesa, em Londres, que à hora de jantar corria a nossa casa com o tachinho quente a deixar-nos um pouco da especialidade da sua terra, que tinha acabado de cozinhar para os amigos que já lá estavam em casa com o marido, e ela… uff… uff… uff… lá voltava a correr… E pela manhã aparecia a perguntar-me o que precisava do supermercado e mais tarde voltava carregada com os sacos dela e os meus… porque eu estava grávida e não me devia cansar… E quase não falava inglês, mas a amizade supria a falta das palavras e o entendimento era perfeito.
A Dr. Fedukowicz, russa, em Nova Iorque, com uma experiência de vida fabulosa, professora da Universidade de Kiev, na Rússia, fugitiva no tempo de Stalin, refugiada num campo de concentração durante a guerra, e mais tarde novamente professora na New York University. Desempenhou para mim o papel de mãe nos Estados Unidos e de Avó para as minhas filhas pequenitas.
E agora, na última etapa da minha vida, que espero seja longa, com a ajuda de Deus, tenho ainda o privilégio de fazer novos amigos. Continuo a precisar de ajuda e continuo a gostar de ajudar, gosto de novos desafios e de novas vivências, de simplicidade e de humanismo e é isto que tenho continuado a encontrar…

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