sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

mensagem de Natal 2014


Mensagem de Natal de 2014

 

            O nosso mundo é tão pequenino!

 Somos uma areia mínima neste areal imenso que é o Universo!

 Como é possível tanta convulsão neste pobre grãozinho de areia!

 São as políticas… a corrupção …e as guerras…

 Os homens esquecem-se que nada são  perante Deus e o seu Universo.

 

Quero sair deste pó do Universo.


E o nosso pensamento, voa, voa, por esses espaços além, rompe o pó do Universo e fica a pairar nas suas distâncias inimagináveis para todo o sempre…

 

Há dias  fui “tocada” por um desconhecido, um professor de matemática, que falou numa conferência que me foi dado ouvir, pela internet. Toda a conferencia me impressionou, mas mais ainda esta reflexão  que reproduzo:

… “Um dia estava a falar de inteligência emocional e contei-lhes a História da minha BOLA DE SABÃO.  …Todos nós vivemos dentro de uma bola de sabão que nos protege do mundo, protege-nos, mas também nos torna egoístas, há dias em que essa bola está muito negra.

  Um dia eu resolvi ir à natação. …Entrei no balneário, recusei-me a ver quem lá estava, voltei-me para a parede e comecei a despir-me. De repente alguém me toca no braço:  Bom dia! eu também vim treinar -  era como se eu tivesse acordado – olhei, e era um menino lindo, tinha no máximo 8 anos. Tinha tido a ousadia de rebentar a minha bola de sabão para me deixar o dia mais feliz.

Vocês podem fazer isto todos os dias.

 

Eu não sei como contei isto mas lembro-me de que a sala tremeu por instantes, eles ficaram imóveis, mas como são jovens e os jovens não são dados a lamechices, um deles levantou o braço e disse: “Eh, professor, nunca mais deixou de dizer bom dia no balneário!

É verdade, eu digo bom dia até aos armários…”

(numa aula de CTCT, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa - . CTCT quer dizer Competências Transversais em Ciências e Tecnologia)

Este professor, o professor Cláudio, é agora  meu amigo, tem esta sensibilidade e conta-nos esta história deliciosa, que não fica atrás das de Saint-Exupéry, e que  tanto me fez pensar…

 

Sinto-me como o menino lindo, de oito anos, com necessidade de “puxar pela manga”  dos meus amigos e familiares.

 

Neste natal o meu pensamento passa por um estábulo frio e húmido com Maria e José a acariciar Jesus, o Menino lindo acabado de nascer. Não sei se estava lá uma vaca e um burro, mas no meu pensamento estavam, com certeza, a acarinhar também Jesus. Esse Menino que já estava a sofrer, e que ia morrer para salvar o mundo dos desvarios dos homens e desse orgulho enorme que nos faz pensar que só nós somos importantes.

Passa também, pela certeza de que o nosso pensamento voa, 

… voa… e lá ficará, distante, a louvar a Deus…  para sempre...

A reflexão do Claudio também me fez pensar…  tantos à nossa volta… e  só com uma palavra deixá-los-emos com um dia mais feliz…

 

E pronto. É o meu presente de Natal para todos.

 

Será que, também eu, tive a ousadia de rebentar as vossas bolas de sabão para vos deixar um dia mais feliz?

Da Mãe, Avó, Irmã, Tia, professora e amiga

Natal de 2014

Maria da Assunção Ferraz de Oliveira

 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O que queres ser quando fores grande?


                0 editorial, deste mês, da revista “Reviver” fez-me pensar… agora que já sou “grande”… muito “grande”… mais de 76 flores reunidas no cesto colorido dos meus anos de vida…  

                Lembro-me muito bem do que dizia em criança, de uma maneira muito simples e direta: “Quero ser mãe e professora”.

                E fui! Esta é a minha felicidade:

 Fui mãe de nove filhos, 3 anjinhos gémeos que lá estão no céu a velar por mim, 4 meninas, hoje senhoras, e 2 rapazes,  já homens.

E fui professora de muitos alunos: gordos e magros; altos e baixos; envergonhados e atrevidos; brancos, pretos e  indianos; portugueses, angolanos, cabo verdianos, guineenses, moçambicanos e até timorenses; e de outros países longínquos, com uma realidade social bem diferente da nossa: paquistaneses, russos, croatas… Não me lembro de todos, mas lembro-me dos que mais me marcaram e  com quem aprendi a aceitar as suas vidas e a viver a minha mais intensamente.

E continuo a ser mãe e professora… E é esta  ainda a minha felicidade:

Para além dos filhos hoje tenho netos, é ser mãe duas vezes. Dão-me muitas alegrias, cada um a seu modo e, quando eu me for… estarei presente no coração deles ainda por muito tempo. É uma saudável aspiração, esta de continuar eternamente…

E ainda sou professora dos meus queridos alunos na USenior de Odivelas. Acho que lhes transmito alguns conhecimentos de Matemática e em troca recebo deles muita amizade e muito carinho.

Sou feliz!... A felicidade é conseguir realizar o que mais queremos na vida!...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Um Tempo de Sonho… e um Sonho no Tempo…

Devagarinho…
Muito de mansinho
O sonho nasceu…
E em mim cresceu.
 
Era hora de entardecer,
 O outono andava no ar,
O tempo a esmorecer…
As pingas caíam
E diziam
Que o Céu estava a chorar.
 
O tempo a esmorecer
E o Céu a chorar,
Nem isso me afastava
Daquele meu sonhar.
 
As árvores despiam-se
As folhas caíam
E vinham- me acariciar,
Eram as mãos pequeninas
De crianças traquinas,
E eu… a sonhar…
 
 Crianças que nunca acarinhei,
Porquê?… Deus meu… não sei…
Não lhes mudei os cueiros,
Nem amparei o andar,
Nunca os meus anseios
Se puderam concretizar…
 
As folhas daquelas árvores,
Castanhas, rosadas,
Um tanto amarrotadas,
Faziam-me sonhar…
As três douradas a rodopiar
 Eram os meus filhos a dançar...
 
Sentia-os naquele momento,
Quando o céu estava a chorar,
 Pequeninos, adolescentes,
Tão reais, tão contentes.
Aqui e agora, comigo,
Neste são compartilhar!
 
E eu…
 A sofrer…
Naquele entardecer…

Recordação dos meus três filhos, Gonçalo Nuno, Vasco Miguel e Sebastião Luís, nascidos no dia 22 de Dezembro de 1970 e sepultados no dia 25 de Dezembro de 1970

Era uma vez uma Vida


A vida é complicada… temos tanto que imaginar…

Imaginamos a vida de insetos pequeninos ou de aves grandes…

De lagartixas e de lavagantes…

De ratinhos ou elefantes…


Cada uma com as suas vidas…

Cada um com as suas lidas…


Muito esforço, muita canseira…

Cada qual luta à sua maneira:

Comer para viver… dormir para viver…

Defender-se do frio e dos maus…

 Para a Vida continuar a ser…


 E os da mesma família ou da mesma raça

 Unem-se para se defender…

E para sobreviver…


 As formigas pelas formigas…

Os lavagantes por os lavagantes…

 As raparigas pelas outras raparigas…

 E os elefantes por outros elefantes…



A Vida, minha filha, também são as pedras

E entre elas a água a marulhar…

No Zêzere, na Serra da Estrela,

Como eu as estou a admirar…

E a imaginar…


A V ida também é a vida

Das moças a despontar…

E das velhinhas como a Avóinha

Que se deliciam a pensar:


Nas netas e nas filhas

Que lhe custaram a criar.

Tanto esforço e canseira.

A labutar a vida inteira…

Para tanto me orgulhar…


Filhas, netas e Avóinha.

Tanto sentir… tanto fazer…

Tanto falar… tanto recordar… tanto conviver…

Para quando o Dia chegar… não esquecer…


Seres pensantes que somos…

Bem nos podemos alegrar!..

A Vida, minha netinha,

Com Esperança e Fé em Deus,

Será sempre um recomeçar...

Na contemplação infinda dos Céus!



                Vale do Zêzere, Serra da Estrela, 
                               21/08/2013
                                              Para a minha neta Margarida, pelos seus 21 anos

                                                                                              Avóinha Sãozinha