quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Pensamentos do dia a dia


PENSAMENTOS DO DIA A DIA

 

16/08/2012

            Pedrógão. Um bocadinho menos calor do que o costume para esta altura do verão. Está-se bem, sossegado, sem muito que fazer, com a Rufina a arrumar a cozinha e por agora sem cá vir para falar comigo, o que é muito bom porque me deixa pensar... Recordar… as filhas … os filhos… os netos … os lugares por onde andam...

A Amazónia, a Ana e o Gonçalo, a casa, os  portões pintados de novo, que estarão eles a fazer agora? …

A Corsega, o barco e o mar… o Sebastião e o Francisco a fazerem navegar o barco, a S.José a fazer o jantar e a Assunção, a ler, a  tomar banho… eu sei lá…

A Ilha da Madeira… a Inês cheia do espírito de interajuda, a tentar ajudar os outros e ajudar-se a si própria com uma experiência fora do vulgar…

O Algarve… a Isabel o Miguel e os três pequenos a brincarem na praia, “carregando as pilhas” para um ano que se avizinha cheio de trabalho e canseiras.

E Lisboa… Aí é que estão mais e em trabalhos variados. A Filipa, que se desdobra a preparar a viagem (vai amanhã para Bruxelas), a suavizar o calvário da sogra, tão doente e abandonada, e ainda as pequenitas, a “Pitchung” e o António a ajudar, outro que tem o sentido dos outros…

A Leonor, com quem falei à bocadinho, que está em férias mas sem férias, com o trabalho da casa que não há maneira de acabar, quem me dera que viesse cá uns dias…

O Vasco, já está a vir para casa no fim do trabalho, e aí vai ele para o computador, coisas que eu não percebo, mas que são o dia a dia dele…

A Margarida a trabalhar no duro, numa colónia de férias, ganhando dinheiro para se bastar e ela própria… e assim vai crescendo…

E eu? A pensar nos filhos, a passar o meu tempo com eles…

É uma bênção ter filhos…

É a maior riqueza do mundo!

 

 

 

                       

17-08-2012

 

Ontem fomos jantar a casa do Mário. Jantar agradável, a mão da Branca que se via bem, toalha cor de rosa e um centro de mesa muito simples de rosas cor de rosa a condizer, cada uma em seu receptáculo formando uma fileira no centro de mesa. Estava o Mário, os 4 da família da Branca, nós os dois e a Nina.

Depois de jantar fomos para a varanda. Estava agradável e falou-se da nova vida da Maria. Que transformação! A Maria irradiava alegria e confiança e o Pai revia-se na filha e falava dos sucessos dela. A Branca mostrou-nos o filme que tinha no telemóvel sobre a prestação da Maria na Embaixada de França. Que bela voz! Tão segura, um timbre lindíssimo, parecia que já cantava há muito tempo.

Fiquei feliz! A Maria encontrou o seu caminho. Quando a gente se encontra, está segura de si mesma, sabe que venceu, tudo se torna mais suave, tudo são vitórias. A  Maria está confiante, tenho a certeza que encontrou o seu caminho.

Descrevo este triunfo porque gosto de alertar as pessoas para o que é bom na vida de cada um. Se uma pessoa vencer… uma vez, e outra e outra … é feliz na vida. Se uma pessoa perder, for de derrota em derrota é um derrotado na vida.

Quem dera passar o testemunho aos outros, se todos acreditassem, s todos fossem confiantes … Que bom que era!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

23/ 08/ 2012

 

            Faz hoje anos a minha querida neta Margarida.

            Temos uma surpresa para ela, nem sonha e vai gostar tanto!

            Eu estou feliz porque gosto de fazer felizes as minhas netas.

            A Leonor e a família foram passar o dia à piscina de Monfortinho.  … Nós, eu, o Pai e Tia Nina fomos a Castelo Branco e voltámos  às 4 horas. Entretanto vinha, de Lisboa a caminho do Pedrógão, a surpresa: o Vasco, a Inês, a Maria, o Duarte e a Marta (amiga da Margarida).

            Chegaram antes da Margarida. Já tinham tudo combinado escondiam-se quando a Margarida chegasse e … primeiro aparecia o Vasco dizendo que tinha vindo para festejar o aniversário. A Margarida ficou contente mas já estava a espera. Uns minutos depois ouve-se uma voz vinda da cozinha “Margarida, anda me  ajudar a pôr a mesa” Era a Inês e foi uma festa, abraços e mais abraços, choradeira … enfim, uma alegria. Mais uns minutos e depois foi a Maria que estava na sala: “Margarida como é que se liga a televisão?” Outra vez abraços e abraços e uma choradeira! Por fim, batem à porta, a Margarida diz de cá: “Quem é?”e a Marta: “é a Avó da Paula” (piada duma  música que é habitual dizerem nos grupos). Outra vez abraços e mais abraços e uma choradeira, e lá de cima do varandim o Duarte a filmar.

            Para a Margarida foi um bom dia de anos que nunca mais esquece.

E que bom foi para mim vê-las assim felizes.

            Jantámos. E vieram para o café o Tio Mário, o Mário e a família da Sofia.

            E agora enquanto estão lá fora as quatro a jogar as cartas, eu estou aqui a fazer este relato, para que fique como memória.

            E a felicidade faz-se assim… de pequenas coisas que nos tocam e da grande amizade  que nos une a todas.

 

 

 

 

 

 

02/09/2011

 

            Pronto! Foi-se embora ontem a Tia Nina, e nós, eu e o Luís Nuno, já estamos a fazer das nossas!

            Fomos a Monsanto, eu fiquei no carro a ler a “ Marquesa de Alorna” e o Luís Nuno foi lá acima. Tive medo de subira ribanceira; ficámos os dois bem, eu a ler e o Luís Nuno a ver as nossas coisas.

            Quando chegou eram horas de almoço, hesitámos em ficar num restaurante em Monsanto mas eram tantos os carros e tanta a gente, que fomos andando à deriva a “cheirar” sem saber onde íamos parar – sem lampreias à Juju e leitão à Moda da Bairrada. Na Relva fomos atraídos pelos “Festejos em honra de S. Sebastião”. Grandes barracas de um branco sujo e mascarradas de nódoas de ainda um branco mais sujo com laivos de cor. Havia alto-falantes que berravam umas coisas e música Pimba. Lá arranjámos um sítio bem pertinho para deixarmos o carro e atraídos pelo fumo da churrascada lá fomos dar, primeiro a um barraca-bilheteira onde se fazia o pré-pagamento: 2 caldos-verdes, um frango, um pacote de batatas fritas, pão, uma imperial e uma garrafa de água, 2 talhadas de melão e dois cafés. Depois para a tal barraca, muito grande com oito filas de mesas muito compridas de bancos corridos de um e outro lado e decoradas com “belos arranjos de mesa”, garrafas de água das Pedras com uma flor amarelas, 3 roxas e um “espinafre” de verdura. Não demoraram a servir-nos, vinha tudo quentinho e bom. Senhoras e rapazes da terra faziam o serviço esforçando-se numa iniciativa do povo para o povo. Os comensais eram variados,para além das moscas, que não pagavam nada,  sem nos maçarem demasiado que já estavam bem aviadas, damas velhotas de chapéu á Rufina e senhores de ventre proeminente com boné, damas vistosas de vestidos coloridos e ramalhudos e os respectivos maridos em mangas de camisa e muitas crianças das mais variadas idades. Eu, que só costumo comer frango de garfo e faca, até comi á mão e soube-me bem!

            Dei comigo a pensar no restaurante onde estivemos há tempos com a Leninha: “Varanda do Jardim Botânico”. Tudo tão bom, sofisticado, peixe fresquíssimo disposto da melhor maneira nos pratos, vinho do melhor, sobremesas variadas e com requintes de variados sabores.

            Era tão bom. Soube-nos tão bem!

            Mas também este, o arraial dos festejos de S. Sebastião, castiço, com caldo verde em tigelas, frango de churrasco e vinho servido em canjirões de barro, nos soube tão bem!

Afortunados nós que nos sentimos  bem em toda a parte!