sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Minha Conversa com o Sobreiro

A Minha Conversa com o Sobreiro


Um dia, quando eu morrer...
Gostava de sobreiro ser…

Quem foste tu sobreiro?
Onde pensas inda chegar?
Recordas o teu passado?
Ou não o queres lembrar?

Se eu estiver em silêncio,
Perto de ti a escutar…
Ouço tudo o que me dizes,
Parece que estás a falar…

“Não sei o que fui,
Mas sou feliz…
Só sei que não acabei,
Me transformei…
Agora a vida é tranquila,
Sempre aqui no meu lugar,
A pensar e a sonhar…”

“Oiço o cantar dos passarinhos,
Vejo as giestas a dançar,
Sinto o cheiro dos rosmaninhos,
A aldeia lá longe a brilhar…
E à noite, devagarinho…
Acariciam-me as estrelas e o luar!...”

Será isso o paraíso?
Diz-me sobreiro, quero saber…
A tua vida eu gostava
De um dia vir a ter…


Estou cansada de labutar,
Desta vida sempre a correr.
Não tenho pressa de mudar,
Gosto mesmo de viver.
Mas quando a hora chegar…
Sobreiro eu queria ser…

E o meu amigo sobreiro
Diz-me agora a sorrir:
“Em verdade, companheiro,
Não vale a pena fugir…
O paraíso nós o fazemos,
Sem temor, com paz, tranquilidade,
É aquilo que queremos:
Depois da Vida… a Eternidade…

Sem comentários:

Enviar um comentário